domingo, fevereiro 03, 2013

Primeira intercorrência


Teve um dia que meu pé esquerdo estava tão grande, tão grande, que eu nem pude contar com ele. Estava perdido em lágrimas. A pele estava inchada ao ponto de que meu pé parecia o maior de todos os pés do mundo. E no mundo tinham muitos pés e em cada pé, cordões se ligavam no sangue e esse sangue fervia no cérebro de cada pé. Eram muitos pés grandes, pequenos, médios e inchados. Todos eles possuíam cinco dedos e um dedo se destacava apontando sempre pra frente.
O bom é que no mundo dos pés, os dedões se encontram. Eles, os dedões, se esbarram como que num meio de um monte de dedões e parece dançar com o pouco espaço que possuem. Quando um pé desse se esbarra com outro de um tamanho diferente, eis que o mundo dos pés reage e sofre com a mudança que precisa acontecer. Os pés assim evoluem. O encontro é soma do que era um e ameaça para a partida de dois e depois três, quatro, cinco, seis...

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